Investigadores do ICT examinaram os efeitos de incêndios florestais, poluentes e fatores meteorológicos na mortalidade por doenças cardiorrespiratórias em Portugal.
Nas últimas décadas Portugal foi assolado por diversos episódios de incêndios florestais severos que varreram o país tornando os céus vermelhos com névoas de fumo e desencadeando alertas de qualidade do ar. Com as mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e incêndios florestais descontrolados tendem tornar-se mais frequentes. Portugal é uma região altamente propensa a incêndios e sofre, frequentemente, com secas e ondas de calor. Esses incêndios florestais ocorrem frequentemente em conjunto com eventos climáticos como ondas de calor tendo como consequência a libertação de grandes quantidades de poluentes na atmosfera. O fumo e as partículas de incêndios florestais são prejudiciais à saúde humana representando um fator de risco para problemas cardiorrespiratórios e para o aumento da morbidade e da mortalidade, sendo que as populações idosas, grávidas e populações socioeconomicamente mais desfavorecidas são especialmente vulneráveis.
Os investigadores do ICT, Ediclê Duarte, Vanda Salgueiro, Maria João Costa, Paulo Sérgio Lucio, Miguel Potes, Daniele Bortoli e Rui Salgado estudaram os efeitos resultantes de incêndios florestais, poluentes e fatores meteorológicos na saúde em Portugal.
Este estudo, publicado na revista GeoHealth (https://doi.org/10.1029/
Foram utlizadas técnicas de estatística multivariada para criar dois índices de interação Fogo-Poluentes-Variáveis Meteorológicas que foram posteriormente correlacionados com as taxas de mortalidade. A equipa descobriu que as mortes por doenças cardiorrespiratórias foram maiores durante os meses mais quentes, secos e poluídos das temporadas de incêndios florestais. Além disso, as altas temperaturas, a baixa humidade relativa e as altas concentrações de ozono próximo à superfície aumentaram a carga geral de doenças nas populações expostas.