Investigadores do ICT ensaiam gestão de baterias de fluxo que potenciam a capacidade nacional instalada de energia solar fotovoltaica

A estratégia de gestão ensaiada e apresentada pelos investigadores da Cátedra das Energias Renováveis e do ICT testa como as baterias de fluxo podem ser integradas por forma a equilibrar a carga do sistema para garantir a saída de energia de forma consistente. Esta gestão permite lidar com rampas de potência que surgem na operação de sistemas fotovoltaicos devido, por exemplo, à passagem de nuvens. Uma das potencialidades da bateria de fluxo é controlar estas rampas de potência, limitando-as a uma taxa de variação de potência pré-definida.

A tecnologia da bateria de fluxo redox tem vantagens na manutenção da potência e dos rácios de energia, no maior ciclo de vida útil, na baixa manutenção e na baixa auto-descarga.

Tal como já acontece em alguns países, a integração de capacidade crescente de geração fotovoltaica na nossa rede levará, muito provavelmente, a que seja necessário, impor limites a estas variações súbitas de potência, através de legislação ou regulamentos técnicos. Este tipo de estratégias de gestão de potência permitem impor limites de variação de potência, como uma função adicional destes sistemas de baterias, numa lógica de serviços “value-stacking”.
O ano de 2021 foi um ano recorde na instalação de nova capacidade solar fotovoltaica em Portugal. Não obstante este avanço significativo, Portugal tem, atualmente, 1.77 GW de potência fotovoltaica instalada, o que representa ainda apenas 7.6% do total.
Segundo Luís Fialho, investigador do ICT e da Cátedra das Energias Renováveis. os sistemas de armazenamento de energia eletroquímicos, por exemplo baterias de iões de lítio ou baterias de fluxo, terão um papel crucial na integração de capacidade de geração renovável na nossa sociedade, permitindo uma gestão mais inteligente da energia solar, tornando estas fontes despacháveis.
A utilização de sistemas de armazenamento de energia (neste caso, eletricidade) é uma das soluções que nos permitirá viabilizar a meta de 9 GW de capacidade nacional instalada de energia solar fotovoltaica para 2030 (Plano Nacional de Energia e Clima 2030).
Este estudo da Cátedra das Energias Renováveis e cuja principal autora é a investigadora Ana Foles, também do ICT, deu origem a um artigo científico publicado na Elsevier e destacado pela PV Magazine Global, a maior revista técnica no mundo neste domínio. O artigo pode ser lido na Elsevier (Sustainable Energy, Grids and Networks), e está disponível de forma aberta no ArXiv.