Investigador do ICT participa em estudo sobre centrais termo-solares cilíndro-parabólicas que indica que a utilização de sais fundidos em vez de óleo térmico pode reduzir o custo nivelado de eletricidade.
Nas centrais solares térmicas comerciais, por exemplo Andasol 3 em Espanha, é aquecido, com a energia solar concentrada por espelhos parabólicos, um óleo térmico que circula em tubos receptores sob vácuo, localizados no foco dos mencionados espelhos. O calor absorvido pelo óleo térmico, proveniente da energia solar, é depois transferido para produzir vapor que actuará uma turbina para a produção de electricidade. Estas centrais têm a vantagem de poder armazenar calor em tanques, normalmente usando sais fundidos como o azoteto de sódio, o que permite produzir electricidade mesmo em períodos com pouco sol ou mesmo durante a noite, suprimindo, em parte, a variabilidade do recurso solar, assim o interesse nestas centrais tem aumentado recentemente. No entanto, os óleos térmicos usados comercialmente apresentam inúmeros problemas dos quais se destacam três: têm a sua temperatura máxima limitada a ~400 ºC; degradam-se muito com o tempo; são caros. Por isso, há quase duas décadas se tem investigado a possibilidade de usar os sais fundidos não só como meio de armazenamento, como já se faz, mas também circulá-lo directamente nos tubos receptores antes referidos, uma vez que, dependendo do tipo de sal, podem chegar a temperaturas mais altas, ~500 ºC, parece ter menor degradação e são muito mais baratos. Este trabalho considera, portanto, os dados mais actuais, disponíveis pela literatura especializada e pelas empresas líder de mercado, para comprar o desempenho dos óleos térmicos e dos sais fundidos como fluído de absorção de calor nos tubos receptores. A análise parece encorajar o uso de sais fundidos, em particular o HitecXL, uma vez que, entre outros factores, o seu custo de electricidade nivelado, ∼14.80 c€/kWh, é reduzido, no mínimo, em 6.3 % em relação ao óleo térmico comercial, Therminol VP-1, com ∼15.80 c€/kWh.